segunda-feira, 11 de setembro de 2017

As Pinturas Negras de Goya



   Pinturas Negras (1819-1823) é o nome dado à uma série de catorze pinturas de Francisco de Goya, pintadas com a técnica de óleo al secco, criadas para decoração das paredes de sua casa de campo, chamada de Quinta del Sordo. Estes murais foram transferidos para a tela entre 1874-1878, e agora preservados no Museo del Prado, em Madrid.







Ao lado retrato de Goya feito por Vicente López Portaña em 1826.





      Francisco José de Goya y Lucientes, nasceu em Fuendetodos (Espanha) em 30 de março de 1746 e faleceu em Bordéus (França) em 15 de abril de 1828. Foi um importante pintor da fase do Romantismo e um dos maiores nomes da pintura espanhola junto a nomes como Dalí e Picasso. Aprendiz do pintor Don José Luzan y Martinez, aos 13 anos fazia cópias de pinturas famosas; aos 18 se mudou para Madrid, onde é rejeitado ao se inscrever na Academia de Belas Artes; se muda para a Itália e consegue se inscrever na Academia de Belas Artes de Parma. Voltando para Madrid e com a menção honrosa recebida na Itália consegue diversos trabalhos como pintar os afrescos nas paredes da Igreja de Nossa Senhora do Pilar, um retrato de uma nobre duquesa e também ser eleito por unanimidade membro da Academia de Belas Artes de Madrid, a mesma que o rejeitara anteriormente. Já com mais de 40 anos foi nomeado Pintor da câmara do rei, e após isso, muitas de suas composições marcariam sua carreira. Ficou enfermo por um tempo, onde a grave doença lhe paralisou os movimentos temporariamente e o deixou parcialmente cego e totalmente surdo.

El Aquelarre (Sabá das Bruxas), um dos pequenos quadros que pintou entre 1797 e 1798 para o palácio de recreio dos Duques de Osuna.



   Criou as famosas Majas (moças) e Los Caprichos, gravuras que representam uma sátira da sociedade espanhola; durante a invasão das tropas de Napoleão, observando a devastação causada pela guerra cria a série de gravuras Los Desastres de la Guerra (Desastres da Guerra), retratando assassinatos e crueldades causados por ela mudando sua maneira de pintar, usando cores mais escuras e trabalhando com temas mais sombrios.


Los Caprichos, El sueño de la razon produce monstruos
(O sonho da razão produz 
monstros) 










Los Desastres de la Guerra, Aqui também não. 








Los Desastres de la Guerra, Contra o bem geral.












  
  Aos 74 anos, já debilitado pela doença, pintou em sua casa de campo, a Quinta del Sordo, suas obras mais perturbadoras conhecidas como Pinturas Negras, chamadas assim pelo uso de pigmentos escuros e temas sombrios. São catorze obras sublimes que retratam temas sinistros como bruxaria, imagens grotescas, violência e personagens obscuros.

1. Saturno devorando a un hijo (Saturno devorando um filho)

2. El Aquelarre, ou El Gran Cabrón (O grande Bode)

3. Duelo a garrotazos (Duelo a bordoadas) 

4. La Romería de San Isidro (A peregrinação a Santo Isidro) 

5. El perro semi-hundido (O cão semi-afundado) 

6. Hombres leyendo (Homens lendo) 

7. Dos Viejos (Dois Velhos) 

8. Judite y Holofernes

9. Una manola: doña Leocadia Zorrilla / La Leocadia

10. Mujeres riendo (Mulheres rindo) 

11. Peregrinación a la fuente de San Isidro (Peregrinação à fonte de Santo Isidro ou Procissão do Santo Ofício) 

12. Visión fantástica o Asmodea (Visão fantástica ou Asmodea) 

13. Dos viejos comiendo Sopa ( Dois velhos comendo sopa) 

14. Las Parcas-Átropos (As Parcas)


"Goya, lúgubre sonho de obscuras vertigens, 

De fetos cuja carne cresta nos sabás, 

De velhas ao espelho e seminuas virgens, 

Que a meia ajustam e seduzem Satanás"


(Poema Os Faróis, presente na coletânea As Flores do Mal onde Charles Baudelaire escreve sobre Goya) 

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