quinta-feira, 4 de maio de 2017

Livro O Exorcista - William Peter Blatty



Título: O Exorcista
Autor: William Peter Blatty
Editora: HarperCollins
Páginas: 333
Lançamento: 2015
Tradução: Carolina Caires Coelho
Título original: The Exorcist (1971)

"Um clássico do terror com mais de 13 milhões de exemplares vendidos“. Impossível parar de ler. Poe e Mary Shelley reconheceriam [William Peter Blatty] como mais um integrante do limbo ambíguo entre o natural e o sobrenatural... De arrepiar.” – Life. Uma obra que mudou a cultura pop para sempre, O exorcista é o livro que deu origem ao maior filme de terror do século XX. Quatro décadas após chocar o mundo inteiro, a obra-prima de William Peter Blatty permanece uma metáfora moderna para o combate entre o sagrado e o profano, em um dos romances mais macabros já escritos."


   


   O Exorcista (1973) é um clássico do cinema, impossível não lembrar daquela trilha sonora e das cenas chocantes de Regan (Linda Blair) possuída por um demônio. Não é a toa que se tornou um dos filmes de terror mais lucrativos, lembro quando assisti quando criança, fiquei aterrorizada e pra mim nenhum filme de exorcismo chegou aos pés deste ainda.




   Escrito em 1971, a história começa com o Padre jesuíta e arqueólogo Lankester Merrin, que encontra uma estátua de Pazuzu (divindade da Mesopotâmia que era considerado o demônio senhor dos ventos), durante suas escavações no Iraque. Em seguida, vamos para Georgertown, onde a pequena Regan de 12 anos, filha da renomada atriz Chris MacNeil, começa a agir de maneira estranha, coincidentemente após passar a brincar com uma tábua Ouija, dizendo se comunicar com seu amigo Capitão Howdy, se comportando de maneira cada vez mais agressiva, com atitudes incomuns como convulsão, grande força, levitação, vozes demoníacas pronunciando várias blasfêmias e palavrões, fazendo até sua cama tremer. Chris preocupada com sua filha, crendo ser um problema psicológico, a leva para diversas consultas e exames médicos, como sessões de hipnose, exames neurológicos, todos sem resultado. Mesmo sem ter nenhuma crença, desesperada e sem mais para onde recorrer, vendo sua filha naquele estado deplorável, aceita uma recomendação de tentar fazer um exorcismo em Regan, na possibilidade que esteja sendo vítima de uma possessão demoníaca, pois só vai piorando e se tornando uma criatura cada vez mais assustadora, mudando sua aparência e personalidade. Chris consulta o Padre Damien Karras, que também é psiquiatra, a princípio ele não acredita, mas vendo o apelo da mãe, se sensibiliza e resolve verificar a situação de Regan. A princípio crê que a garota sofra algum tipo de psicose, mas depois de muitas tentativas racionais sem resultado, finalmente acredita que exista uma força sobrenatural e tenta buscar a autorização para a prática do exorcismo. Enquanto isso um investigador tenta desvendar o misterioso assassinato de um grande amigo de Chris MacNeil, que foi encontrado morto após sair de sua casa. 



   O livro é sem dúvida uma obra prima. É um dos meus preferidos, muito bem escrito, me prendeu do começo ao fim, é polêmico, chocante, com passagens realmente pesadas, principalmente quando o autor descreve o comportamento de Regan enquanto possuída, cada blasfêmia, cada atitude repugnante, é explicado detalhadamente, além de uma vasta explicação sobre assuntos como paranormalidade, esquizofrenia, possessão e doenças neurológicas. Diferente do filme que explora imagens e cenas chocantes, seu real terror não está no sobrenatural, mas em toda a situação em que se encontram os personagens, as atitudes de Regan, a crise de fé do Padre Karras, sentindo-se culpado por não ter conseguido conciliar suas obrigações com a igreja e cuidar de sua mãe debilitada física e mentalmente, estando assim vulnerável aos ataques psicológicos do demônio, o sofrimento e dor da mãe de Regan, que embora não tenha nenhuma crença religiosa, como último recurso e desespero, solicita um exorcismo, para tentar por um fim naquele sofrimento, em ver a filha naquela situação, mostrando uma batalha entre a ciência e o sobrenatural, fé e ceticismo e até onde devemos ou não acreditar. Como disse Chris: "Buscamos Deus e temos que descobrir se ele existe...ele não fala nunca. Mas quando o assunto é o Diabo...bom, com o Diabo é diferente. Eu poderia acreditar nisso; na verdade, talvez eu acredite. Sabe por quê? Porque ele fica se promovendo."



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