segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Livro A Condessa Sangrenta - Alejandra Pizarnik

Título: A Condessa Sangrenta
Autor: Alejandra Pizarnik
Ilustrações: Santiago Caruso
Editora: Tordesilhas
Páginas: 60
Lançamento: 2011



Tradução: Maria Paula Gurgel Ribeiro

"Novela de terror inspirada na vida da condessa húngara Erzsébet Báthory, condenada pelo assassinato de 650 jovens mulheres com requintes de crueldade. Vários dos tormentos aos quais as jovens foram submetidas são descritos no livro."











   Elizabeth Bathory (Erzsébet Báthory) nasceu em 1560 em uma das famílias mais ricas e poderosas da Hungria. Foi encontrada morta em 1614, três anos após ter sido condenada à prisão perpétua em um aposento em seu próprio castelo (castelo Csejthe), onde havia apenas uma pequena abertura para entrada de ar e comida. Foi uma das mais belas aristocratas e uma das mulheres mais perversas e sanguinárias que já existiu.

   Conhecida por torturar mulheres de diversas e terríveis formas, sádica, gostava de ouvir seus gritos desesperados enquanto praticava as monstruosidades em suas masmorras, além de banhar-se no sangue de suas vítimas na ânsia de permanecer sempre jovem e bela. Sua doentia história serviu de inspiração para o cinema, literatura, música entre outros e até hoje é sinônimo de maldade e beleza.





   Uma breve história sobre a vida de Erzsébet Báthory, pode ser conferida em A Condessa de Sangue de Alejandra Pizarnik, lançado no Brasil pela Editora Tordesilhas. Uma belíssima edição com apenas 60 páginas, papel de altíssima qualidade, em capa dura onde a autora descreve de uma forma poética, os métodos de tortura utilizados pela Condessa, como a "A Virgem de Ferro", que podemos notar sua referência na imagem de capa do livro, que também insinua ser o corpo de uma mulher; além de falar sobre sua ligação com magia negra, seu casamento e sobre a doença que a assolava, a melancolia, na época considerada possessão demoníaca. As magníficas e macabras ilustrações de Santiago Caruso, que acompanham todo o livro são um espetáculo à parte, todas em tons de cinza, com detalhes vermelho-sangue, nos passam toda a ideia do ambiente mórbido e sombrio dos acontecimentos; além de um incrível posfácio escrito por João Silvério Trevisan que compara as atrocidades que a Condessa cometeu com acontecimentos dos dias atuais. Apesar de ser um livro curto, vale muito pela leitura, por sua escrita intensa e por toda sua beleza.


       


   "Escolhiam-se várias moças altas, belas e resistentes – sua idade oscilava entre os 12 e os 18 anos – e arrastavam-nas à sala de torturas onde esperava, vestida de branco em seu trono, a condessa. Uma vez maniatadas, as criadas as flagelavam até que a pele do corpo se dilacerasse e as moças se transformassem em chagas tumefatas; aplicavam-lhes os atiçadores em brasa; cortavam-lhes os dedos com tesouras ou guilhotinas; espetavam suas chagas; praticavam-lhes incisões com navalhas (se a condessa se cansava de ouvir gritos, costuravam suas bocas; se alguma jovem se desvanecia rápido demais, ajudavam-na fazendo queimar entre suas pernas papel embebido em óleo). O sangue emanava como um gêiser e o vestido branco da dama noturna tornava-se vermelho. E tanto, que tinha que ir ao seu aposento e trocá-lo por outro (em que pensaria durante essa breve interrupção?). Também as paredes e o teto se tingiam de vermelho."




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